Depois de anos de tensão, entre autoridades angolanas e UNITA, o principal partido da oposição, os restos mortais de Jonas Savimbi partiram, finalmente, para casa. No Huambo espera-se o fim do processo de transladação mas não sem críticas:
“(...) Huambo preparado para homenagear Jonas Savimbi. Militantes, amigos e cidadãos começam a concentrar-se em frente à Casa Branca, residência do Dr Savimbi, nesta cidade, aguardando a chegada do Presidente Samakuva. Estranhamente são estas homenagens que tanto incomodam o governo de João Lourenço”, escrevia, no seu perfil de Facebook, Adalberto Costa Junior, Presidente da Bancada Parlamentar da UNITA.
Os restos mortais do líder histórico da União Nacional para a Independência Total de Angola, morto em combate em fevereiro de 2002, foram entregues numa unidade militar de Andulo, na província do Bié. Procedimento que decorreu de forma pacífica mas não sem troca de acusações. O presidente da formação do Galo Negro, Isaías Samakuva, acusa o governo central de ter definido o programa para o enterro de Savimbi, agendado para sábado, sem consultar a família ou o seu partido. Para as autoridades angolanas não se trata de um funeral de Estado, remetendo para palavras dos dirigentes do principal partido da oposição, e a responsabilidade do enterro é da família.
Há anos que família e UNITA reivindicavam a transladação do corpo de Jonas Savimbi para a sua aldeia Natal, para que pudesse ser enterrado ao lado dos pais, como era seu desejo. Exigência negada pelo antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, mas aceite pelo seu sucessor, João Lourenço. Savimbi, que estava enterrado no cemitério municipal do Luena, no leste de Angola, repousará no cemitério da família, na aldeia do Lopitanga, perto do Andulo.
(Foto: @AdalbertoCosta.J)