O Presidente brasileiro determinou que as Forças Armadas brasileiras assinalem, de forma “devida”, a acção que levou à ditadura militar naquele país lusófono, em 1964.
A iniciativa decorrerá, em todos os quartéis, no último dia do mês. O movimento, ocorrido há 55 anos, derrubou o Governo de João Goulart , dando lugar a um regime ditatorial que durou 21 anos.
O período ficou marcado pela morte e tortura de dezenas de opositores políticos, assim como pela ilegalização dos partidos políticos e estabelecimento da censura.
Há nove anos, Dilma Rousseff decidiu suspender qualquer iniciativa militar relacionada com o golpe e lançar a Comissão Nacional da Verdade para esclarecer as violações de direitos humanos, cometidas, de 18 de Setembro de 1946 a 5 de Outubro de 1988, por agente públicos ou pessoas ao serviço do regime.
A delegação, que desagradou aos militares, concluiu os seus trabalhos, no final de 2014, com a entrega de relatório – identificando 377 agentes públicos envolvidos em práticas ilegais, e propondo que os órgãos competentes determinassem a responsabilidade jurídica - criminal, civil e administrativa – daqueles que estiveram envolvidos nesses crimes contra a humanidade. O grupo sugeriu também que as Forças Armadas reconhecessem a sua responsabilidade institucional nas violações de direitos humanos durante a ditadura.
A iniciativa de Jair Bolsonaro tem por objectivo branquear os excessos cometidos, justificando-os como resultado da Guerra Fria.