Na base da decisão está a política ambiental do Governo Brasileiro, nomeadamente no que toca à Amazónia. Em Julho, o sistema que monitoriza a região verificou um aumento superior a 200 por cento no abate de árvores, relativamente ao mesmo mês do ano anterior.
Por estes motivos, a Alemanha cancelou 35 milhões de euros destinados a projectos no âmbito das alterações climáticas e da biodiversidade. As entidades governamentais do país têm dúvidas sobre se o executivo de Jair Bolsonaro está disposto a reduzir o desmatamento da Amazónia.
Por isso, os alemães estão também na iminência de criar obstáculos ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, propondo normas sobre sustentabilidade. A assinatura do entendimento que está a ser discutido há 10 anos pode, por este motivo, ser protelada.
Estas posições foram tomadas depois da Noruega ter ameaçado encerrar o Fundo Amazónia. O programa, que existe desde 2008, destina-se a promover projectos de combate ao abate de árvores na maior floresta do planeta.
O instrumento é financiado por aqueles países europeus e pelo Estado brasileiro, através da petrolífera pública Petrobras.
A Noruega, o principal doador, já injectou, no Fundo, cerca de mil milhões de euros, um terço da verba do mesmo.
O Presidente brasileiro está disposto a fazer mudanças na estrutura deste sistema de ajudas à preservação da natureza, mas o Governo norueguês avisou de imediato que qualquer alteração tem de ter o seu consentimento.
Em resposta, Jair Bolsonaro, afirmou que não precisa das ajudas da Noruega e da Alemanha.